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O caminho-de-ferro do Vale do Vouga teve grandes influências em todo o desenvolvimento económico e social de uma das mais belas regiões do país. Permitiu o que, naquela época, ainda não existia: a união das gentes da Beira Interior, nomeadamente entre Viseu e o Litoral. Foi, sem dúvida, um melhoramento que há muito esta região necessitava, com uma extensão total de 175 km, incluindo o ramal de Aveiro. É sabido que, antes da construção do caminho-de-ferro, todo o transporte de mercadorias, ou a maior parte dele, era feito via fluvial, com destino a Aveiro e outras localidades
Foi no dia 23 de Novembro de 1908 que se realizou a inauguração, com a presença de Sua Majestade El Rei D. Manuel II, do troço desta linha compreendido entre Espinho e Oliveira de Azeméis, tendo-se verificado a abertura ao público, com “tramways” formados com carruagens de todas as classes, no dia 21 de Dezembro seguinte. Decorridos 6 anos, mais propriamente em 3 de Fevereiro de 1914, era aberto o último troço à exploração. A essa data, a viação acelerada começava a ser tida como forte instrumento de progresso, motivo porque o caminho-de-ferro tinha sido adoptado por toda essa Europa e, entre nós, era também já bastante utilizado.
A primeira parcela de linha a ser inaugurada no nosso País, à data de 1856, ficou compreendida entre Lisboa e o Carregado numa distância de 26 quilómetros. Na nossa região, o transporte considerado na época “como de grande luxo” era a mala-posta. Os Mourisquenses de antanho assistiram à sua movimentação e tomaram parte activa na assistência à mesma.
Com a construção da linha férrea entre Lisboa e o Porto, ficaram os nossos antepassados com a possibilidade de fazerem recurso às “diligências e trens” para assim terem acesso aos comboios, especialmente na estação de Aveiro.
A CONSTRUÇÃO DA LINHA
Projectada como via estreita, a sua construção obedeceu a formalidades, cuja documentação recolhida no tocante à sua primeira concessão, diz o seguinte:
“Em Junho de 1889, as comissões reunidas da fazenda e das obras públicas da câmara dos deputados, dando parecer sobre a proposta de lei para a conclusão da rede complementar dos caminhos-de-ferro ao norte do Mondego, deliberando, de acordo com o governador, introduzir nesse projecto de seis anos, uma linha férrea que, partindo de S. Pedro do Sul e ligando com a de Mangualde a Recarei, seguisse pelo Vale do Vouga, e entroncasse a linha do norte, passando por Oliveira de Azeméis.
Por carta de lei de 20 de Dezembro de 1906, publicada no Diário do Governo de 24 de Dezembro do mesmo ano, foram aprovados os termos do contrato provisório de 15 de Abril de 1905, celebrado entre o governo e o concessionário das linhas do Vale do Vouga, Viseu e Espinho e o seu ramal de Aveiro, relativo à substituição do subsídio assinado pelo N.º 4, da cláusula 52.º do alvará de 23 de Maio de 1901, pela garantia de juro, nos termos do referido contrato”.
O primeiro concessionário foi Frederico Pereira Palha e a concessão referia-se a explorar um caminho-de-ferro de via reduzida, em leito próprio, com tracção a vapor, para passageiros e mercadorias, a partir da estação de Torre Deita, no ramal do caminho-de-ferro de Santa Comba Dão a Viseu, seguindo por Vouzela, Oliveira de Frades, Couto de Esteves, Sever do Vouga, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Vila da Feira, à estação de Espinho, na linha férrea do norte, bifurcando-se nas proximidades de Sever do Vouga, em direcção e até à estação de Aveiro.
A TÉCNICA FRANCESA NESTA CONSTRUÇÃO
A 29 de Janeiro de 1907 publicava o Diário do Governo os estatutos da Companhia Francesa de Construção e exploração de Caminhos de Ferro no Estrangeiro, declarando o art.º. 2.º, n.º I que a sociedade tem por fim a construção e exploração de quaisquer caminhos-de-ferro e designadamente da via reduzida do Vale do Vouga, em Portugal.
No diário do governo de 7 de Janeiro de 1907, foi publicado o contrato definitivo com o governo para a construção e exploração do caminho-de-ferro do Vale do Vouga. Outorgou por parte do governo o conselheiro José Malheiro Reimão e por parte da companhia concessionária o Eng.º André de Proença Vieira (visconde de Assentis).
Segundo a cláusula 24º, os trabalhos deveriam começar no prazo máximo de 60 dias, contados da data da publicação do contrato do Diário do Governo, e deveriam estar concluídos no prazo de 3 anos, contados da mesma data. Este último prazo, poderia, porém, ser elevado a 4 anos, em determinadas circunstâncias.
Iniciaram-se os trabalhos em fins de Dezembro de 1907 e a 2 de Outubro de 1908, pelas três horas da tarde, chegava a Oliveira de Azeméis, pela primeira vez, a locomotiva empregada na construção.
A PRIMEIRA VISTORIA FEITA À LINHA
A 12 de Novembro de 1908, foi feita a primeira vistoria à linha pelo conselheiro Fernando de Sousa, secretário do conselho de Administração dos caminhos-de-ferro do Estado. Acompanhado dos administradores da companhia, o visconde de Assentis e Ricardo O’Neil, do empreiteiro geral Mercier e dos engenheiros da construção e exploração, utilizaram um comboio que partiu de Espinho às 10 horas da manhã. Do relatório dessa vistoria, diz o conselheiro Fernando de Sousa: “Infra-estruturas estão completa e irrepreensivelmente executadas, com solidez e perfeição. Nem a fiscalização, confiada à seriedade e competência do ilustre director geral, general Couceiro e do seu subordinado o Sr. António Queiroz por parte do governo, e Eng.º Mr. Billema por parte da Companhia, consentiram imperfeições nem elas se compadeciam com a honestidade, ânimo rasgado e proficiência do hábil construtor Mr. Mercier e dos seus engenheiros, Mrs. Chatains e Audigier. Não se tem poupado a trabalhos nem despesas para uma construção modelar, subordinada a exigências de uma boa exploração e, ao mesmo tempo, à modéstia em se devem manter as instalações de um caminho-de-ferro económico.”
PROGRAMA DE INAUGURAÇÃO
Dizer o que foi a inauguração do referido troço da linha do Vale do Vouga, é escrever uma brilhante página da sua história. Dos elementos da recolha feita por este Museu, transcrevemos com a devida vénia, o que a esta parte conta da “Gazeta dos Caminhos de Ferro” dessa data:
“Em seguida a um lauto almoço gentilmente oferecido pela Companhia Exploradora da linha “Compagnie Française pour la Construction et Exploration de Chemins de fer à L’Etranger”, pôs-se o comboio a caminho, por entre as aclamações do povo que enchia as imediações da estação, o estralejar dos foguetes, ao som do hino nacional e dos silvos penetrantes da locomotiva. Era meio-dia e meia hora”.
O número de convidados foi muito restrito devido a não ter ainda chegado o material circulante da linha, que só viria no dia 25.
O material para a formação do comboio inaugural foi emprestado pela Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, e pertencente à linha do Vale do Corgo.
O comboio fez paragem em todas as estações, onde as filarmónicas locais e numeroso povo saudaram entusiasticamente o Monarca que sorridente e gentil agradecia comovido aquela homenagem tão sã, tão verdadeira, que lhe prestavam as populações ingénuas, alheias às tricas de política partidária.
El-Rei D. Manuel II desceu na estação da Feira, tendo visitado a histórica e linda Vila, onde a população o recebeu com entusiasmo, muito amor e respeito. Da Vila da Feira o comboio partiu para Oliveira de Azeméis. Ali, El-Rei foi novamente alvo de comoventes provas de carinho.
Em todo o percurso, viam-se as povoações iluminadas, e não havia casa, por muito humilde que fosse, por mais perdida que estivesse na vastidão dos campos onde não brilhasse uma luz, que traduzia uma saudação ao Rei, em protesto de simpatia ao jovem monarca português.
O regresso verificou-se às seis e meia, tendo chegado o comboio a Espinho pelas oito horas da noite. A sua formação era composta pelo Salão Real, Salão para Ministros, e duas carruagens para convidados. A linha, espera-se, será aberta ao público hoje, havendo dois comboios ascendentes e outros tantos descendentes, diariamente. O percurso é feito em uma hora e dezasseis minutos.
A linha porém, não foi aberta ao público no dia de Dezembro, como se esperava, mas sim no dia 21 desse mesmo mês. Os comboios de maior velocidade, 8 da manhã e 5.15 da tarde, faziam o trajecto em uma hora e dezasseis minutos, e os de menor velocidade 10 da manhã e 2.38 da tarde, gastavam no percurso uma hora e trinta e nove minutos.
RAMAL DE AVEIRO A SERNADA
O projecto do ramal de Aveiro foi aprovado pela portaria de 11 de Fevereiro de 1909, ficando este ramal a ligar com a linha de Sernada, e com um comprimento de 34 Km e 585 metros.
A abertura do ramal de Aveiro a Sernada (por Águeda) foi no ano de 1911, autorizado a abrir à exploração pela portaria de 8 de Setembro de 1911, juntamente com o troço entre Sernada a Albergaria-a-Velha. Estava então neste ano concluída a parte da linha entre Espinho, Sernada e Aveiro.
CONCLUSÃO DA LINHA ESPINHO A VISEU
Foi pela portaria de 25 de Abril do ano de 1913, que foi autorizada a abertura do pequeno troço de Sernada a Rio Mau, provisoriamente, pois não estava ainda determinada se a reversão que os comboios eram obrigados a fazer na direcção de Espinho, podia ou não ser solucionada.
O troço na parte final do percurso em Viseu estava também quase concluído, mas tornou-se indispensável modificar as ligações com a linha de Santa Comba Dão, para o que foi projectada uma variante aprovada em 7 de Agosto de 1913.
Enquanto se concluía este trabalho, concluía-se também a continuação do troço além do Rio Mau, e as aberturas à exploração foram autorizadas em 20 de Dezembro de 1913, entre o km 4 e o km 18, embora já houvesse exploração desde o dia 4 (estação de Ribeiradio) entre os km 67,800 (estação de Bodiosa) e 79,100 (estação de Viseu), iniciada em 5 de Setembro de 1913.
Finalmente, em 17 de Março de 1914, foi autorizada a abertura da linha entre Ribeiradio e Vouzela, também já em uso desde 12 de Novembro findo; e de Vouzela a Bodiosa, isto é, desde o quilómetro 18 ao quilómetro 67,800; mas embora só neste mês de Março esta abertura fosse autorizada, já toda a exploração tinha sido iniciada em 5 de Fevereiro de 1914.
A linha de Espinho a Viseu ficou com um comprimento total de 140,406 metros.
Foi no dia 23 de Novembro de 1908 que se realizou a inauguração, com a presença de Sua Majestade El Rei D. Manuel II, do troço desta linha compreendido entre Espinho e Oliveira de Azeméis, tendo-se verificado a abertura ao público, com “tramways” formados com carruagens de todas as classes, no dia 21 de Dezembro seguinte. Decorridos 6 anos, mais propriamente em 3 de Fevereiro de 1914, era aberto o último troço à exploração. A essa data, a viação acelerada começava a ser tida como forte instrumento de progresso, motivo porque o caminho-de-ferro tinha sido adoptado por toda essa Europa e, entre nós, era também já bastante utilizado.
A primeira parcela de linha a ser inaugurada no nosso País, à data de 1856, ficou compreendida entre Lisboa e o Carregado numa distância de 26 quilómetros. Na nossa região, o transporte considerado na época “como de grande luxo” era a mala-posta. Os Mourisquenses de antanho assistiram à sua movimentação e tomaram parte activa na assistência à mesma.
Com a construção da linha férrea entre Lisboa e o Porto, ficaram os nossos antepassados com a possibilidade de fazerem recurso às “diligências e trens” para assim terem acesso aos comboios, especialmente na estação de Aveiro.
A CONSTRUÇÃO DA LINHA
Projectada como via estreita, a sua construção obedeceu a formalidades, cuja documentação recolhida no tocante à sua primeira concessão, diz o seguinte:
“Em Junho de 1889, as comissões reunidas da fazenda e das obras públicas da câmara dos deputados, dando parecer sobre a proposta de lei para a conclusão da rede complementar dos caminhos-de-ferro ao norte do Mondego, deliberando, de acordo com o governador, introduzir nesse projecto de seis anos, uma linha férrea que, partindo de S. Pedro do Sul e ligando com a de Mangualde a Recarei, seguisse pelo Vale do Vouga, e entroncasse a linha do norte, passando por Oliveira de Azeméis.
Por carta de lei de 20 de Dezembro de 1906, publicada no Diário do Governo de 24 de Dezembro do mesmo ano, foram aprovados os termos do contrato provisório de 15 de Abril de 1905, celebrado entre o governo e o concessionário das linhas do Vale do Vouga, Viseu e Espinho e o seu ramal de Aveiro, relativo à substituição do subsídio assinado pelo N.º 4, da cláusula 52.º do alvará de 23 de Maio de 1901, pela garantia de juro, nos termos do referido contrato”.
O primeiro concessionário foi Frederico Pereira Palha e a concessão referia-se a explorar um caminho-de-ferro de via reduzida, em leito próprio, com tracção a vapor, para passageiros e mercadorias, a partir da estação de Torre Deita, no ramal do caminho-de-ferro de Santa Comba Dão a Viseu, seguindo por Vouzela, Oliveira de Frades, Couto de Esteves, Sever do Vouga, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Vila da Feira, à estação de Espinho, na linha férrea do norte, bifurcando-se nas proximidades de Sever do Vouga, em direcção e até à estação de Aveiro.
A TÉCNICA FRANCESA NESTA CONSTRUÇÃO
A 29 de Janeiro de 1907 publicava o Diário do Governo os estatutos da Companhia Francesa de Construção e exploração de Caminhos de Ferro no Estrangeiro, declarando o art.º. 2.º, n.º I que a sociedade tem por fim a construção e exploração de quaisquer caminhos-de-ferro e designadamente da via reduzida do Vale do Vouga, em Portugal.
No diário do governo de 7 de Janeiro de 1907, foi publicado o contrato definitivo com o governo para a construção e exploração do caminho-de-ferro do Vale do Vouga. Outorgou por parte do governo o conselheiro José Malheiro Reimão e por parte da companhia concessionária o Eng.º André de Proença Vieira (visconde de Assentis).
Segundo a cláusula 24º, os trabalhos deveriam começar no prazo máximo de 60 dias, contados da data da publicação do contrato do Diário do Governo, e deveriam estar concluídos no prazo de 3 anos, contados da mesma data. Este último prazo, poderia, porém, ser elevado a 4 anos, em determinadas circunstâncias.
Iniciaram-se os trabalhos em fins de Dezembro de 1907 e a 2 de Outubro de 1908, pelas três horas da tarde, chegava a Oliveira de Azeméis, pela primeira vez, a locomotiva empregada na construção.
A PRIMEIRA VISTORIA FEITA À LINHA
A 12 de Novembro de 1908, foi feita a primeira vistoria à linha pelo conselheiro Fernando de Sousa, secretário do conselho de Administração dos caminhos-de-ferro do Estado. Acompanhado dos administradores da companhia, o visconde de Assentis e Ricardo O’Neil, do empreiteiro geral Mercier e dos engenheiros da construção e exploração, utilizaram um comboio que partiu de Espinho às 10 horas da manhã. Do relatório dessa vistoria, diz o conselheiro Fernando de Sousa: “Infra-estruturas estão completa e irrepreensivelmente executadas, com solidez e perfeição. Nem a fiscalização, confiada à seriedade e competência do ilustre director geral, general Couceiro e do seu subordinado o Sr. António Queiroz por parte do governo, e Eng.º Mr. Billema por parte da Companhia, consentiram imperfeições nem elas se compadeciam com a honestidade, ânimo rasgado e proficiência do hábil construtor Mr. Mercier e dos seus engenheiros, Mrs. Chatains e Audigier. Não se tem poupado a trabalhos nem despesas para uma construção modelar, subordinada a exigências de uma boa exploração e, ao mesmo tempo, à modéstia em se devem manter as instalações de um caminho-de-ferro económico.”
PROGRAMA DE INAUGURAÇÃO
Dizer o que foi a inauguração do referido troço da linha do Vale do Vouga, é escrever uma brilhante página da sua história. Dos elementos da recolha feita por este Museu, transcrevemos com a devida vénia, o que a esta parte conta da “Gazeta dos Caminhos de Ferro” dessa data:
“Em seguida a um lauto almoço gentilmente oferecido pela Companhia Exploradora da linha “Compagnie Française pour la Construction et Exploration de Chemins de fer à L’Etranger”, pôs-se o comboio a caminho, por entre as aclamações do povo que enchia as imediações da estação, o estralejar dos foguetes, ao som do hino nacional e dos silvos penetrantes da locomotiva. Era meio-dia e meia hora”.
O número de convidados foi muito restrito devido a não ter ainda chegado o material circulante da linha, que só viria no dia 25.
O material para a formação do comboio inaugural foi emprestado pela Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, e pertencente à linha do Vale do Corgo.
O comboio fez paragem em todas as estações, onde as filarmónicas locais e numeroso povo saudaram entusiasticamente o Monarca que sorridente e gentil agradecia comovido aquela homenagem tão sã, tão verdadeira, que lhe prestavam as populações ingénuas, alheias às tricas de política partidária.
El-Rei D. Manuel II desceu na estação da Feira, tendo visitado a histórica e linda Vila, onde a população o recebeu com entusiasmo, muito amor e respeito. Da Vila da Feira o comboio partiu para Oliveira de Azeméis. Ali, El-Rei foi novamente alvo de comoventes provas de carinho.
Em todo o percurso, viam-se as povoações iluminadas, e não havia casa, por muito humilde que fosse, por mais perdida que estivesse na vastidão dos campos onde não brilhasse uma luz, que traduzia uma saudação ao Rei, em protesto de simpatia ao jovem monarca português.
O regresso verificou-se às seis e meia, tendo chegado o comboio a Espinho pelas oito horas da noite. A sua formação era composta pelo Salão Real, Salão para Ministros, e duas carruagens para convidados. A linha, espera-se, será aberta ao público hoje, havendo dois comboios ascendentes e outros tantos descendentes, diariamente. O percurso é feito em uma hora e dezasseis minutos.
A linha porém, não foi aberta ao público no dia de Dezembro, como se esperava, mas sim no dia 21 desse mesmo mês. Os comboios de maior velocidade, 8 da manhã e 5.15 da tarde, faziam o trajecto em uma hora e dezasseis minutos, e os de menor velocidade 10 da manhã e 2.38 da tarde, gastavam no percurso uma hora e trinta e nove minutos.
RAMAL DE AVEIRO A SERNADA
O projecto do ramal de Aveiro foi aprovado pela portaria de 11 de Fevereiro de 1909, ficando este ramal a ligar com a linha de Sernada, e com um comprimento de 34 Km e 585 metros.
A abertura do ramal de Aveiro a Sernada (por Águeda) foi no ano de 1911, autorizado a abrir à exploração pela portaria de 8 de Setembro de 1911, juntamente com o troço entre Sernada a Albergaria-a-Velha. Estava então neste ano concluída a parte da linha entre Espinho, Sernada e Aveiro.
CONCLUSÃO DA LINHA ESPINHO A VISEU
Foi pela portaria de 25 de Abril do ano de 1913, que foi autorizada a abertura do pequeno troço de Sernada a Rio Mau, provisoriamente, pois não estava ainda determinada se a reversão que os comboios eram obrigados a fazer na direcção de Espinho, podia ou não ser solucionada.
O troço na parte final do percurso em Viseu estava também quase concluído, mas tornou-se indispensável modificar as ligações com a linha de Santa Comba Dão, para o que foi projectada uma variante aprovada em 7 de Agosto de 1913.
Enquanto se concluía este trabalho, concluía-se também a continuação do troço além do Rio Mau, e as aberturas à exploração foram autorizadas em 20 de Dezembro de 1913, entre o km 4 e o km 18, embora já houvesse exploração desde o dia 4 (estação de Ribeiradio) entre os km 67,800 (estação de Bodiosa) e 79,100 (estação de Viseu), iniciada em 5 de Setembro de 1913.
Finalmente, em 17 de Março de 1914, foi autorizada a abertura da linha entre Ribeiradio e Vouzela, também já em uso desde 12 de Novembro findo; e de Vouzela a Bodiosa, isto é, desde o quilómetro 18 ao quilómetro 67,800; mas embora só neste mês de Março esta abertura fosse autorizada, já toda a exploração tinha sido iniciada em 5 de Fevereiro de 1914.
A linha de Espinho a Viseu ficou com um comprimento total de 140,406 metros.
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MUSEU ETNOGRÁFICO DA REGIÃO DO VOUGA (pesquisa)
publicado na edição impressa de 8/jan/2009